O medo é a emoção mais antiga de todas, surgiu para estabilizar a ideia real de ameaça à sobrevivência. Diante da insegurança causada pelo risco de morte, o organismo para entender a ameaça, libera substâncias químicas capazes de acelerar o coração e manter o sangue dentro dos músculos para que rapidamente possamos ter condições de correr e nos proteger. Esse mecanismo instintual desenvolvido há milhões de anos, nos acompanha até hoje. Todos sem exceção, experimentam de alguma forma e nível seus efeitos, quem nunca desconfiou das próprias capacidades diante de um desafio, por exemplo. O que nos faz mais fortes e experientes é aprender dominar seus efeitos, basta ter discernimento para analisar a realidade dos fatos e nos acalmar diante dos percalços que ameaçam nossa sobrevivência.

A capacidade de se adaptar é uma habilidade necessária para aproveitar a dificuldade imposta pela tarefa e transforma-la em desafio evolutivo. Contudo, essa proposta mesmo coerente é ainda praticada por poucos, basta ver a forma de lidar infantilizada de nossa sociedade. Desde a antiguidade o convívio interpessoal distinguiu as pessoas através da força e capacidade de vencer os desafios em grupo. Criamos uma estranha necessidade de sermos liderados por alguém sempre mais “capaz” que nós mesmos. A configuração dessa realidade torna a vida mais fácil e suportável, pois quem decide e lidera assume os riscos e livra os demais da responsabilidade dos efeitos do erro. Assim caminhamos com uma liberdade relativa e dependência excessiva.

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Os elementos dessa estrutura são criados pela tensão mental gerada pela insegurança que cala e impossibilita o desenvolvimento de ferramentas capazes de nos livrar sozinhos do problema. Esse mecanismo de repressão é mantido desde os tempos que os Homo sapiens se reuniram para criar as primeiras civilizações. A obediência cega era premiada, enquanto a  discordância era punida.  Por isso a maioria prefere obedecer, à se posicionar diante de fatos. Saber o que é certo e mesmo assim selecionar o errado é o que alimenta, o sistema sociopolítico da insegurança sustentado pela polarização de ideias e rotulação de preferências.

No Brasil o sistema sociopolítico determina regras capazes de criar e manter a tensão mental necessária ao surgimento da insegurança constante. Saímos de casa sem a certeza de voltar, abrimos um negócio, sem o mínimo de apoio, pagamos 3 impostos para um mesmo serviço, o que nos resta é torcer por um time ou assistir a novela das 21:00 para distrair a mente tão atribulada de problemas.

Além disso para nossa alegria temos a Copa do Mundo de 4 em 4 anos mesma época das eleições (nossa maior tristeza). Nessa época estamos todos eufóricos pois é hora do Brasil mostrar a sua força diante de inimigos sempre mais fracos. Somos a seleção que mais ganhou títulos e que possui os melhores jogadores sempre. Assim em dias de jogo compramos em 10x a melhor TV, assamos a carne mais saborosa e tomamos a cerveja mais gelada, com a vitoria, a festa esta garantida e a alegria mantida por pelo menos mais 4 dias. Assim experimentamos a liberdade para sermos felizes, e ai de quem ser contra…

Nesse instante elegemos 11 heróis nacionais que na hora do Hino Nacional, vem aquela vontade de chorar e o espírito nacionalista surge de dentro com toda força. O craque aparece e as crianças brilham o olhar pensando “um dia serei igual, um dia estarei em campo pelo Brasil no lugar do Neymar e serei o herói nacional”. O heroismo do craque depende muito do seu desempenho, pois não basta jogar bem, é necessário vencer e principalmente marcar gol e se possível mais de um, é claro. Assim nossa sociedade forja a uma obrigação pois precisa ser agradada.

Nessa última copa do mundo elegemos o Neymar 2018, um moleque que desde de cedo sabia onde iria chegar, determinado pela disciplina que o mantinha numa rotina exaustiva de treinos enquanto seus colegas brincavam. O craque brilhou na Europa contudo seu estilo não agradou seus adversários e por isso as pancadas eram distribuídas com força, enquanto os juízes concediam o habeas corpus ao violento zagueiro. Assim o nosso craque foi constituído e o novo futebol protagonizado. Com o tempo ficamos implicantes com seu jeito moleque e travesso de lidar com a vida adolescente e passaram a desgostar desse estilo de jogo. Por isso todos os dias uma incógnita era posta num post do site de esportes “Neymar é mesmo um craque?” ,”Neymar será mesmo o melhor do mundo” ,”Neymar se joga”… com esses títulos o craque foi tomando raiva da bola e das pessoas e o peso da responsabilidade de ser o melhor tomou conta de seu tempo, a certeza de antes se transformou em dúvida, e isso fez aparecer a insegurança e o medo de não conseguir cumprir com o prometido – o título da Copa do Mundo.

Sabemos que a dúvida – insegurança – medo constrói as bases do principal desgaste energético do Rim e da Bexiga. Esse processo de consumo energético afeta com o tempo a distribuição de energia feita por seus meridianos, deixando determinadas áreas do corpo com baixa resistência à traumas e lesões. No atleta esse mecanismo pode oferecer problemas sérios e por isso eles devem estar preparados psicologicamente para encarar os desafios que a carreira impõe.

No caso especifico do Neymar podemos acompanhar uma série de lesões capazes de oferecer a possibilidade de que esse mecanismo psicoenergossomático esteja presente. Nas ultimas duas COPAS o craque lesionou o tornozelo direito meses antes do mundial. A primeira lesão, ocorrida no ano de 2014 ocorreu no quarto metatarso, ja em 2018 o quinto metatarso foi o alvo. As duas lesões numa mesma época, em tempos diferentes mostram o componente emocional agindo, tornando suas expectativas o motivo de suas lesões.

A lesão no quarto metatarso relaciona-se ao Fígado e Vesícula biliar exatamente os órgãos choque de seu biotipo MADEIRA predominante. O temperamento Madeira é voluntarioso e movido pela necessidade de independência e liberdade. Imagine o quanto de liberdade um jogador de futebol de alto nível tem!. Mas ele tem dinheiro e pode fazer o que quiser certo?! Não, seus patrocinadores não deixam! Mas em campo então ele pode ser livre para jogar, fintar, brincar e até cair…também não! O novo futebol não permite brincadeiras, ele exige resultados! Exatamente por isso nasce a FRUSTRAÇÃO, pois toda aquela estória contada e vista quando criança, era uma ilusão, vivida hoje na pele. Seus pais esqueceram de prepara-lo para a realidade.

A frustração, germina a RAIVA tornando a energia do fígado IRREGULAR, podendo com isso, provocar problemas nos tendões, unhas, a cabeça, sono e visão. Contudo o organismo do atleta de alto rendimento resiste a assimilação da IRREGULARIDADE, porém cria válvulas de escape inesperados, que nesse caso desemboca exatamente nos locais nutridos pelos seus respectivos meridianos de energia principais – vesícula biliar e fígado.

Fabricio Borges