A sociedade chinesa se destacou pelo pioneirismo produzido por intelectuais que resolveram se retirar do convívio social e se refugiar na beira de rios, interior de cavernas e alto de montanhas para buscar responder questionamentos acerca dos mistérios da vida.

O contato com a natureza e seus elementos revelou seu modo de funcionar tão peculiar e simples. E por mais que houvessem intempéries causados por tempestades, enchentes e terremotos tudo se reorganizava automaticamente como se nada tivesse acontecido.

A resignação observada acalmou suas energias pois ao perceber o caos e depois a paz sesses pensadores lembraram do caos social de suas cidades. Foi ai então que perceberam que se retirar foi realmente a melhor atitude para não se contaminar com o modo de irresponsável de governar dos soberanos que não entendiam o verdadeiro valor dos seus cargos. A corrupção, os crimes e a fome assolavam o país. As pessoas separavam-se em grupelhos para se defender sem serem atacados, o respeito a autoridade moral dos pais foi dilacerado por um sistema educacional doente.

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Nos hospitais os curandeiros faziam a festa e determinavam que a doença era obra dos céus e eles nem ninguém poderiam fazer mais nada se é claro o paciente ou a paciente pudesse fazer algo a mais por eles curandeiros. As leis traçadas por dinastias anteriores não eram cumpridas, aliás eram modificadas para absolver os “amigos do rei” e por isso esses pensadores resolveram sair ou melhor se retirar.

O isolamento intelectual acalma a mente e regula o fluxo energético para estimular a interpretação dos fatos por outra via racionalmente construída por influência da natureza. A via de raciocínio paralela que surge por insistência do pesquisador caracteriza a capacidade de analisar dois ambientes distintos criando pontos de correspondência entre eles para formar um corpo de conceitos amarrados por fatos identificados no ambiente pesquisado. Acaba de surgir o gérmen filosófico taoísta.

A análise por correspondência traduz e transforma os conceitos de um paradigma noutro. E foi utilizando essa proposta científica de analogia que a filosofia chinesa foi referência da letra intelectual da MTC. A experimentação prática dos conceitos teóricos fortaleceu a identidade da MTC cirando com isso o seu “locus paterna” ou raiz ancestral.

O caminho traçado pela história encontrou inúmeros obstáculos muitos livros foram queimados inclusive os originais do Ling Shu e Su Wen. Mas ainda bem que outros mestres tiveram a paciência necessária para compilar o que ainda restava como fez Sima Qian. Novas filosofias surgiram e outras foram aprimoradas por conta do taoismo, o caso mais emblemático foi a do legalismo aprimorado pelo filósofo Han Fei.

Profissionais exemplares surgiram como os ilustríssimos Sun simiao e Hua Tuo. O primeiro deixou o seu legado escrito numa enciclopédia de 2 volumes e falava de tópicos como Acupuntura, Fitoterapia e seu modo equilibrado e “taoísta” de viver.

Hua Tuo foi simplesmente o primeiro fisioterapeuta acupunturista que se tem notícia na história. Esse cara criou poções anestésicas para fazer cirurgias muito antes das de Versalius no séc. XVI. Além disso estabeleceu a base de exercícios terapêuticos dando origem mais tarde ao Tai Qi.

Engraçado que na época os chineses convivam bem com outras culturas. Eles aceitavam as religiões inimigas como o caso do Islamismo, Catolicismo e Judaísmo. Em Beijing as mesquitas, igrejas e sinagogas eram vizinhas. Seus frequentadores eram amistosos e viviam em harmonia com o taoismo, budismo e confucionismo até as cruzadas repercutirem suas espadas no território chinês. A partir desse dia a simbologia chinesa foi deformada fazendo surgir ideologias contra o símbolo do TAO – “coisa do capeta”diz os mais fanáticos até hoje. Ou o Dragão que na China representa a cura ou o desassédio e no Ocidente algo mal que profere fogo para queimar no inferno.

Então diante de tudo isso a MTC especialmente a Acupuntura prevaleceu. As tentativas de enfraquece-la ou destruí-la serviram para fortalece-la e chegar até aqui. Hoje nós acupunturistas praticamos a arte de curar mais antiga de todas. Seus conceitos fundamentais criados a mais de 5 mil anos parecem estar impregnados em nossos cromossomos desde a concepção. Somos parte desse todo chamado MTC – Acupuntura.

E por isso nossa responsabilidade com tal profissão é grande. Levemos a sério seus conceitos tradicionais renovando suas verdades. Conceitos antigos exigem serem renovados para não se transformarem em crença religiosa. A MTC precisa de você para isso, por isso duvide, indague e questione todas as ideias que chegam até você, só assim estaremos livres da HIPNOSE e ORTODOXIA que ainda faz tanto mal a maioria que ainda vive sem referências.

PARABÉNS A TODOS,
Fabricio